quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Quinta Aula

No quinto encontro (23/09/2011) lemos uma síntese dos paramêtros currículares nacionais da área de Artes. Ele parte da lei de diretrizes e bases de 1996. Os objetivos do PCN são dar subsídeos para a prática dos professores de artes visuais, música, dança e teatro auxiliando ele no seu trabalho, respeito sua concepção pedagógica própria e a pluralidade cultural brasileira. Os ponto principal da proposta do PCN são a produção, fruição e reflexão. Diretamente relacionado á música, o PCN propõe na produção: comunicação, expressão em música, interpretação, improvisação e composição; fruição: apreciação significativa, escuta, movimento e compreensão da linguagem musical e a refleção: a música como produto cultural e histórico, músicas e sons do mundo. A partir do que foi lido, refletimos que, o PCN ficou muito abrangente e a importância do professor da área ir realizando um mapeamento do que trabalha em cada série para futuramente montarmos um currículo.

Em meio a conversa a colega sugeriu a Coleção Batuque Batuta e nesta coleção está presente algumas dicas de atividades musicais em cada ano.









Um norte que ajuda o professor no mapeamento é a pergunta: "Onde eu quero que o meu aluno chegue?"

Na segunda parte da aula ocorreu apresentações dos seguintes textos:

1) Variações sobre um passeio no parque de Viviane Beineke e Andréia Veber

A atividade que as autoras propõe pode envolver uma turma que possua diferenter níveis de conhecimento musical.  O texto trás uma sonorização de um parque de diversões e primeiramente fala para o professor fazer perguntas para seus alunos, tais como: vocês já foram em um parque de diversões? Que brinquedos tinham? Quais sons eles escutavam quando fechavam os olhos? E as pessoas conversando? e depois disso propor para eles um passeio sonoro neste parque.  Na primeira parte do texto as autoras, registram na partitura tradicional e analógica os sons do realejo, que é um instrumento musical que toca melodias predefinidas quando se gira uma manivela, do carrossel, da roda gigante, do trem fantasma, da montanha russa e do burburinho. Em um segundo momento, as autoras propõe um jogo de improvisação com os alunos, no qual eles criem a sonorização deste parque. A fundamentação teórica do texto foi baseada em Swanwick. Dividimos a turma em grupos para fazerem os seguintes sons em espaços diferentes da sala:























Para o leitor ouvir o resultado sonoro desta atividade e baixar o jogo Passeio no Parque, entre neste site:

www.ceart.udesc.br/passeionoparque


2) Sozinha eu não danço, não canto, não toco de Cecília Cavalieri França

No texto, a autora trás uma proposta de atividade sobre o circo. O trabalho é feito sobre a música do Palhaço e da Bailarina e dentro da peça está presente diversos conteúdos da música. O trabalho é fundamentado em Swanwick. Na sala, estavam presentes vários instrumentos de percursão e a colega Patrícia realizou a leitura de uma história do texto e convidou as pessoas á irem entrando na brincadeira a medida que ela fosse lendo.

O texto era o seguinte:

Quem já foi ao circo? Ou já viu algum na TV? O que acontesse no espetáculo? De que você mais gostou? Do mágico, dos animais, dos malabaristas, equilibristas e como eram os palhaços? Engraçados, alegres, brincalhões, desengonçados, com sapatos enormes e calças com suspensórios? Bem eu vou anunciar os palhaços e vocês vão entrar em cena engraçados e trapalhões. (tempo para entrada dos palhaços) Agora precisamos de músicos para orquestra do circo, vocês irão escolher intrumentos e inventar sons animados para enfeitar o número dos palhaços (tempo para entrada dos músicos e execução do instrumento que escolheram). Muito bem, acontece que nem todo mundo está animado, no circo há uma bailarina que não quer dançar, ela é tímida e não gosta de dançar sozinha, então, vamos precisar de um grupo de bailarinas (tempo para entrada das bailarinas) e um grupo de músicos para tocar sons delicados para elas (tempo para entrada dos músicos e execução do instrumento que escolheram). Agora vamos organizar os quatro grupos: os palhaços, seus músicos animados, as bailarinas e seus músicos delicados. Eu vou apontando para os grupos e vocês vão entrando ou saindo de cena. Preparados? Senhoras e senhores, com vocês, os palhaços e seus músicos, agora só as bailarinas e seus músicos.












Esta atividade envolve o prazer, a ludicidade, a imaginação e fantasia, o vínculo da criança com o seu cotidiano, o movimento e expressão corporal, do ponto de vista musical inclui a improvisação instrumental ou vocal, permite a exploração de contrastes expressivos, variações de textura e articula a forma musical a partir da alternância das entradas dos grupos. Nada se falou sobre notas musicais, nem sobre semínimas, pentagramas ou síncopes, mas o aprendizado musical terá sido tão verdadeiro quanto duradouro, para as crianças essa atividade é pura diversão, para o professor também, pois não pode haver maior satisfação do que se lambuzar de música com as crianças.

As atividades da aula foram pensadas para as crianças com a faixa etária dos seis aos oito anos, mas podem ser adaptadas para crianças de outras idades. Ao término da apresentação, a aula foi encerrada.



sábado, 17 de setembro de 2011

Quarta Aula

No quarto encontro (16/09/2011) conversamos sobre o texto Notação Musical não tradicional: possibilidade de criação e expressão musical na educação infantil de Wasti Sivério Ciszevski.

O texto trata de formas de registro musicais e de como escrever uma partitura não somente da forma tradicional direcionado para educação infantil. A notação musical é o registro dos sons de maneira gráfica não necessariamente da maneira tradicional e a autora fala que é importante para criança a utilização da partitura analógica para que ela tenha uma experiência prévia com os símbolos, antes de entender a partitura tradicional. O processo é parecido com a alfabetização, a criança não começa a ler frases inteiras, tem todo o passo a passo nos níveis pré-silábico, silábico e alfabético e através da experimentação a criança vai criando hipóteses da escrita e vai construindo esquemas. A alfabetização musical é um processo, a criança a partir de várias experimentações com diferentes movimentos gráficos relacionados ao som  pode ir fazendo a relação com a partitura, com orientação do educador musical que deve agir de forma lúdica, deixando o aluno á vontade para vivenciar isto. Com o desenrolar do processo o aluno vai entendendo a partitura cada vez mais efetivamente. Outra questão que a autora aborda é que as escolas de educação infantil usam músicas, mas o objetivos ás vezes não são musicais e sim tem a finalidade de ajudar na organização para o lanche, para fazerem silêncio e para criação de hábitos. Porém a música é manifestação do criativo e é expressividade. Devemos ter cuidado ao tratar deste assunto, pois as professoras generalistas, algumas vezes, não possuem um conhecimento específico na área da música e percebem a partir da prática intuitiva que a música é um recurso poderoso para organização e outros fins. O que devemos fazer não é criticar esses profissionais e sim mostrar a gama de repertório musical que está á disposição deles. O problema não é utilizar essas músicas para outros fins e sim ficar preso a esses objetivos, sem buscar alternativas novas.

Fizemos uma atividades na qual foi entregue fichas com registro gráficos e nós deveríamos representar essas fichas sonoramente. Alguns exemplos de imagem:























O professor e principalmente os alunos podem inventar registros gráficos que representem os sons e realizar sons representando-os graficamente da forma que acharem adequada. Essas atividades são ricas, pois cada pessoa interpreta o registro gráfico de uma forma, aparecendo diferentes timbres. Após este momento assistimos duas bancas da Pós graduação.



Alguns vídeos legais de canções infantis:


                                                 A Loja do Mestre André

                                                  Borboletinha
  

                                                  Meu Pintinho Amarelinho


                                                Se essa rua fosse minha


                                                  A barata


quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Terceira Aula

No terceiro encontro (09/09/2011) começamos a aula nos reunindo em duplas e sentando no chão para cantar e fazer gestos de uma música que falava de um barco. A letra era a seguinte:


Um barquinho ligeiro andava, ligeirinho andava no mar, um barquinho ligeiro andava, ligeirinho andava no mar. E a nuvem passou, o mar se agitou, o vento a soprar e o barco a virar. Vem a onda e balança o barquinho e o barquinho faz flap no mar, vem a onda e balança o barquinho e o barquinho faz flap no mar. A nuvem passou, o mar se agitou, o vento a soprar e o barco a virar.






Vídeo da música 'O barquinho'



Nessa atividade, podem ser trabalhados com as crianças diversos elementos musicais como o ritmo, a pulsação, a melodia, a forma musical, o carater da canção. E é importante para o professor, contextualizar a história deste barco para os alunos, assim, o aprendizado é construído com significado e repetir a músicas de variadas formas.


Outra música lembrada em aula foi a Marinheiro Só. A letra era a seguinte:





 

            Quem te ensinou a nadar, quem te ensinou a nadar
            Foi, foi marinheiro, foi os peixinhos do mar (2x)
            Foi, foi marinheiro, foi os peixinhos do mar
                                          
            Eu não sou daqui- Marinheiro só                         
            Eu não tem amor- Marinheiro só                         
            Eu sou da Bahia - Marinheiro só                         
           De São Salvador- Marinheiro só                         
           O marinheiro,marinheiro - Marinheiro só                         
           Quem te ensinou a nadar - Marinheiro só                            
           Ou foi o tombo do navio - Marinheiro só
           Ou foi o balanço do mar - Marinheiro só
           Oi lá vem,lá vem - Marinheiro só
           Como ele vem faceiro - Marinheiro só
           Todo de branco - Marinheiro só
           Com seu bonezinho - Marinheiro só

Nesta canção, segundo a colega Giane Ramos, o professor pode amarrar sacolas plásticas, uma na outra, formando um círculo com elas e propor uma atividade em roda com seus alunos, na qual cada criança fique com uma sacola e a explore sonoramente. O som que as sacolas produzem ao serem mexidas remete ao som do mar.

No próximo momento retomamos os slides:

De acordo com o Delalande, por volta dos quatro á cinco anos, a representação do real pelo som está fortemente ligada á vivência afetiva, é a utilização expressiva do som. Quando as crianças de cinco anos em um jogo dramático, fazem a mímica corporal da canção e cantam, estamos diante de uma vivência corporal afetiva.

Neste momento, ouvimos como exemplo a seguinte música, em um DVD que acompanha o livro La música na Escuela:



                                            A janelinha fecha quando está chovendo
                                           A janelinha abre se o sol está aparecendo
                                           Fechou, abriu, fechou, abriu, fechou
                                           Fechou, abriu, fechou, abriu, fechou
      


                                           
                                         Criança cantando a música:
                                       




O educador musical pode cantar esta música, gesticulando com as crianças. Nesta proposta além do educador trabalhar o contraste: fechou / abriu, ele trabalha a organização dos atos de fechar e abrir e inúmeros elementos musicais.

Vimos um vídeo de crianças dramatizando a Música Havia um Pastorzinho:




                                         Vídeo com o audio da música:





 

No periodo da construção, por volta dos seis e sete anos surge a preocupação de organizar a música, de dar uma forma, pois o respeito a regra está presente na criança. As brincadeiras cantadas infantis são a primeira manifestação do jogo musical com regras. Após refletir sobre está fase a professora propôs uma atividade com a música "Da abóbora faz melão". A música tem a seguinte letra:



      
                                 Da abóbora faz melão, do melão faz melancia
                                 Da abóbora faz melão, do melão faz melancia
                                 Faz doce sinhá, faz doce sinhá, faz doce sinhá Maria
                                 Faz doce sinhá, faz doce sinhá, faz doce sinhá Maria
                                 Quem quiser dançar vai na casa do Juquinha
                                 Quem quiser dançar vai na casa do Juquinha
                                 Ele pula, ele roda, ele faz requebradinha
                                 Ele pula, ele roda, ele faz requebradinha


 

Então a professora escolheu um aluno da pós para ir ao centro da roda e explicou que na hora do "faz doce" ele deveria chamar um colega para o centro da roda para dançar, cantar e se movimentar com ele. Depois os dois alunos do centro da roda, deveriam chamar mais dois colegas e assim consecutivamente até toda turma participar da brincadeira cantada.





                                         Vídeo da música e da brincadeira:
                                     



 
O desenvolvimento musical de acordo com as idéias do livro La música na escuela:

Dos quatro ao cinco anos- tendência ao egocentrismo, sua visão de mundo coloca o ser humano no auge da criação, pois para eles todas as coisas possuem vida, essa onipotência lhe faz supor que pode controlar tudo, intuitivamente pode agrupar objetos e sons seguindo um critério estático, porém não é capaz de coordenar características ao mesmo tempo, somente uma atrás á outra, maior capacidade de representar sons e maior recursos gráficos para desenvolver símbolos, a expressão se converte cada vez mais em comunicação, mostra maior destreza para memorizar canções, inventa melodias com certa coerência formal, e aumenta sua capacidade de entonação 

Dos cinco aos seis anos - apresenta maior percepção em relação ao seu corpo, pode seguir o ritmo e a pulsação das músicas, apresenta traços distintos que permitem ampliar seu repertório gráfico, podem representar graficamente os sons, podem classificar sons e formas seguindo suas diferentes qualidades, a partir deste momento começa a compreender medidas homogêneas de tempo.

Neste momento, a professora mostrou a faixa do CD Teca Oficina de Música, chamada o estouro da pipoca. E contou que a Teca Alencar de Britto estava dando aula de música e derrepente apareceu um aluno com um saco de pipoca e ela aproveitou está situação do cotidiano para criar uma música com seus alunos, a música é a representação sonora de todo passo a passo que envolve fazer pipocas. Tirei de lição que o professor de música deve estar atento á realidade que está inserido, pois daí podem sair aprendizagens fantásticas e significativas.

E retomamos o que a autora fala sobre os conteúdos que o educador musical deve ensinar:  

O som: O som é a matéria prima da educação musical. 
Conteúdos:
As propriedades do som (intensidade, timbre, duração, altura, textura), a qualidade espacial do som, localização da fonte sonora, os sons do entorno sempre vinculando isto ao fazer musical.
Música: considerada conhecimento e linguagem.
Contéudos:
A melodia, movimento melódico ascendente e descendente; A textura musical, relações e hierarquias;
Acordes, velocidade, tempos, variações, dinâmica, gêneros e estilos, música vocal e instrumental, música popular, erudita, folclórica, cancioneiro infantil.

Escuta sonora e musical:
Conteúdos:
A discriminação e reconhecimento de sons diferenciados, a discriminação, reconhecimento e seleção de sons do entorno natural e social, a localização da fonte sonora fixa ou móvel, a discriminação, localização e reconhecimento de elementos que constituem a linguagem musical nas canções e músicas instrumentais, o reconhecimento e memorização das canções, o reconhecimento de uma seleção de músicas de diferentes gêneros e estilos, a apreciação de um repertório de canções e obras instrumentais do patrimônio cultural próprio e de outras regiões, países e épocas, o gosto e prazer pela escuta sonora musical.

Em relação á escuta sonora e musical, a professora propôs a seguinte atividade:

1) Fazermos uma roda e um dos alunos ir ao centro vendado.
2) Cantar a música Mexe, com a seguinte letra: Mexe mexe mexe, troca de lugar, canta uma canção para o ________ (nome de quem está no centro) adivinhar.
3) O professor aponta para alguém da roda cantar uma canção.
3) Quem está no meio deve adivinhar de onde vem o som e de que colega é o timbre.


 




Voz e Canto:
Conteúdos:
Exploração da voz no canto e na voz falada, a exploração e outros conhecimentos sobre os sons vocais, reconhecimento da própria voz, habilidade para uma maior emissão vocal, a interpretação individual e grupal de um repertório de canções, expressividade e interpretação, reconhecimento de outras vozes, seus colegas, professores e professoras, a discriminação de vozes em diferentes registros, a voz infantil e a voz adulta, o conhecimento de diferentes registros de canto, a valorização e cuidado com a própria voz, o prazer pelo próprio canto e o canto em grupo, o respeito as qualidades vocais dos demais.

Instrumentos:
Conteúdos:
Exploração sonora de materiais, objetos do cotidiano e de outros instrumentos de percussão, diferentes modos de ação para produzir sons, a habilidade crescente para diferentes toques instrumentais, o avanço na execução individual e conjunta, a diversificação no uso de instrumentos para o acompanhamento de músicas, conhecimento de outros instrumentos, eleição de sons e instrumentos, gostos e preferências e a cooperação e cuidado para a manutenção dos instrumentos.

Movimento corporal:
Conteúdos:
Os movimentos corporais com ou sem deslocamento, espaços crescentes de tempo, os movimentos corporais espontâneos em relação á escuta sonora e musical, os avanços do movimento corporal em sintonia com a caráter expressivo, velocidade e forma da música.




                        Um vídeo sobre o trabalho do Barbatuques na educação:
                                             


Conteúdos de Música e Jogo:
Domínio crescente do repertório de jogos tradicionais com sua coreográfias e regras correspondentes, os jogos autonômos, a criação de jogos com regras propostos pelas crianças.




                   Um vídeo sobre jogos de mãos e copos do Livro lenga la lenga:




Conteúdos de Invenção Musical:
A imitação vocal e instrumental de esquemas ritmícos e melódicos com um grau progressivo de dificuldade, a imporvisação e criação que pequenas realizações instrumentais, imporvisação vocal e instruental individual e grupal, arranjo de canções infantis através da criação e improvisação em grupo, crianções sonoras com o acompanhamento de contos e poesias com movimento corporal, produções musicais em grupo, respeito e valorização de diferentes opiniões.

Após as leituras a professora mostrou exemplos de histórias sonorizadas com diferentes instrumentos e sons. Estas atividades são muito importantes nesta faixa etária para as crianças fazerem associações, criarem, improvisarem e se sensibilizarem musicalmente.

No próximo momento, conversamos sobre as músicas infantis:

Ouvimos uma música que se chama A noite no castelo, geralmente as crianças até os seus anos sentem medo, porém gostam da música. E o educador ao propor essa música além de trabalhar os elementos musicais e o imaginário infantil, trabalha os sentimentos da criança, da forma como ela vai enfrentar seus medos.




                                      Vídeo da música 'A noite no castelo':






A professora mostrou o CD Dois a Dois do grupo Palavra Cantada, com arranjos sutis e muito bonitos. Vale a pena conferir!








 

Na segunda parte da aula nos reunimos em grupo e conversamos sobre os seguintes textos:

Texto 1: Vivência musical no contexto escolar.
Ailen Rose Balog de Lima
Ellen Albuquerque Boger Stencel

O objetivo do texto é apresentar a prática musical desenvolvida na rede social dos autores. Elas começam falando de como a música está presente no meio educacional e acadêmico e elas conceitualizam "musicalizar", dizendo que é o ato de tornar a música acessível á todos, usando a música elementar que está inserida no movimento e na palavra. Elas destacam a importância do ensino de música ser um projeto multidisciplinar e que o professor tenha objetivos claros e precisos, preparando seres humanos capazes de criar, realizar e viver emoções. E para atingir esses objetivos, as autoras propõe um trabalho alicerçado em cinco pontos: a apreciação musical, o senso ritmíco, o senso melódico, a voz e execução instrumental, sempre partindo do sonoro e valorizando a criação musical. Esses aspectos se interligam e não podem ser separados, mas apenas por uma sistematização se apresentam por tópicos. Elas também falam que encorajamos os alunos quando vivenciamos a música com eles.


Texto 2: A barca virou: o jogo musical das crianças.
Teca Alencar de Britto

Neste texto a autora faz uma relação do fazer musical com o jogo lúdico e ela apresenta sugestões de atividades que envolvem improvisação, criação, construção de instrumentos musicais e registro gráfico. E ela utiliza como exemplo uma canção portuguesa folclórica chamada 'A barca virou' com a seguinte letra: "A barca virou, deixá-la virar, a menina Lúcia, não soube remar". Como a música é parecida com "A canoa virou" o professor pode estabelecer diferenças e relações entre as duas músicas com seus alunos. Algumas atividades sugeridas foram: exploração dos sons corporais e sons dos ambientes que os alunos estão inseridos; alunos escolherem um som e escolher na turma um regente que combine sons, entre outros.
O interessante no texto é que a partir de uma pequena canção a autora propõe uma diversidade de atividades musicais.

Texto 3: A dimensão lúdica da música na infância
Leda Maffioletti

O texto possui vários tópicos: Porque brincamos com a música?, o ritmo e atividade lúdica, versos e rimas, como aprendemos a acompanhar o compasso da música?, a presença da música na vida da criança. Ela diz que o canto é inerente ao ser humano e que ele possui um potencial biológico que torna possível a aprendizagem musical e ela fala da importância da música para nossa espécie que vive em grupo por ser um excelente meio de comunicação. Ela fala da importância da música para o bebê e da mãe que acalenta. E faz uma reflexão, dizendo que tudo no universo tem um ritmo e que as atividades de ritmo possuem um caráter agregador, pois cada pessoa possui um tempo, uma movimentação e uma forma de execução e tanto o educador como os alunos devem entender isto e ajudar uns aos outros. A autora fala também sobre os versos e rimas, dizendo que eles constituem essencialmente um convívio social e uma troca afetiva. E diz que a criança produz e reproduz sua cultura e o educador é peça fundamental que deve levar á sala de aula canções culturais e folclóricas de forma lúdico, contextualizando o aprendizado.

Após as apresentações dos textos a aula foi encerrada.

sábado, 3 de setembro de 2011

Segunda aula

No segundo encontro (02/09/2011) da cadeira conversamos sobre a faixa etária dos zero aos três anos de acordo com as idéias de Delalande, Piaget e as autoras do livro La música na Escuela (0-6) da Judith Akoschky, Pep Alcina, Maravillas Diaz, Andrea Giráldez da Editora Graó.

O envolvimento com as crianças com o ambiente sonoro inicia antes do nascimento e ocorre forma espontânea e intuitiva. Delalante fez um mapeamento da educação musical na educação infantil. Ele buscou a relação da música com os periodos de desenvolvimento que Piaget propôs: periodo sensório motor, pré operacional, operacional e formal. Esse periodos de desenvolvimento não possuem idades estanques, mas depente dos estímulos, do contexto cultural e do ambiente que a pessoa vive. O que diferencia o periodo sensório motor do período pré operacional, por exemplo, é a capacidade que a criança adquire de representar uma cena que já viveu em outro momento, construindo assim a noção de tempo. É um processo gradativo que o professor deve percorrer passo a passo com os alunos, sem ansiedades. Delalande nomeou de momento de Exploração o periodo sensório motor, no qual a criança está se descubrindo corporalmente e descobrindo sons ambientais e dos instrumentos; Momento da expressão o período pré operátorio, no qual a criança consegue se colocar na brincadeira e Momento da construção no qual a criança começa a participar de brincadeiras e jogos, nos quais há combinações.

Apresento agora o que estudamos nesta aula: 
O desenvolvimento passo a passo da que forma que a criança vai respondendo á musica.

*Beatriz Ilari em um dos seus textos, trás que vigésimo segundo dia de gravidez o ouvido se desenvolve no feto, na vigésima quinta semana o ouvido possui funções e na trigésima segunda semana, o sistema auditivo fica completo e o feto escuta bem.


*No primeiro mês de vida: O bebê reage ao som e á música através de reflexos dinâmicos, discrimina alguns sons e esquemas sonoros da fala e do ambiente, quando o professor tocar músicas de contraste suave com 60 ou 70 pulsações por minuto, referentes a batidas da mãe em estado de tranquilidade, a música será tranquilizante para o bebê; Já quando o professor tocar músicas de contrate suave com 120 pulsações por minuto, referentes aos batimentos do bebê, a música será estimulante para ele.



*Até os quatro meses: O bebê emite sons em diferentes alturas, chama atenção do seu entorno emitindo sons ascendentes e descendentes, possui a capacidade de agrupar sons aos dois meses, repete balbucios, tem a necessidade de reproduzir o que produz prazer, gera as primeiras coordenações sensório motoras e pode converter o movimento de balanço da mãe em autonômo, este é ponto de partida para os esquemas ritmicos.


*Dos quatro meses aos oito meses: a fala e o canto estão mais sensíveis á estrutura musical, aflora as capacidades afetivas da voz e da comunicação, uma refere-se á linguagem e ao pensamento e a outra refere-se ao canto e criatividade, ocorre a lalação que é a união de vogais e consoantes, os motivos melódicos de cada cultura estabelecem os intervalos que os bebês reproduzem, alguns autores afirmam que os primeiros intervalos que as crianças são capazes de afinar são os de terça menor, ritmicamente são atraentes os tempos situados entre 110 e 120 pulsações por minuto e o movimento provocado por ritmo é mais ativo que os fonemas da letra e melodia.


*Dos oito aos doze meses: O bebê começa a fazer coisas intencionalmente para manter contato dos objetos no corpo, tem capacidade de discriminar trocas de melodia ou de sons e distinguir sequências ritímicas, apresenta maior coordenação que lhe permite maior previsão do que lhe acontecerá, atira objetos para escutar o som que fazem ao cair, tem capacidade de dar respostas ritmícas mediante ás palmas, demonstra maior capacidade de adequar seus movimentos com a música e com o canto silábico espontâneo.


*Dos doze aos dezoito meses: as canções são o núcleo da expressão musical da criança sem organização tonal e ritmíca e as pausas respondem a necessidade de respiração, primeiro a criança imitará as palavras depois o ritmo e posteriormente á altura e mostra capacidade de reagir corporalmente ao som e a música.


*Dezoito aos vinte quatro meses: A criança vai descobrindo a utilidade dos objetos devido a suas propriedades, começa a solucionar problemas eliminando a tentativa e o erro, inícia a representação que substitui a manipulação, quando chega aos dois anos já não precisará manipular um objeto para saber sua utilidade, mas explorá-lo continuará sendo uma conduta habitual que possibilitará novos conhecimentos acerca do mesmo objeto, no canto espontâneo custuma utilizar durações curtas e longas e os fonemas da letra e os sons da melodia são menos significativos para ela que o ritmo e o movimento corporal que esse ritmo provoca.


*Dois aos três anos (pré-operacional): capacidade de dominar a linguagem e a representação do mundo por meio de símbolos, a personalidade é egocentrica. Dos dois aos três anos, suas capacidades já são potencialmente as mesmas que a idade adulta, o que constitui um dos argumentos para favorecer a estimulação precoce, capacidade de representação simbólica, confunde a realidade com o seu desejo, aumenta a capacidade de coordenação motora, aumenta a coordenação dos movimentos de palmas em comparação aos efetuados com os pés, segue a pulsação quando ela se acomoda á sua pulsação interna, os gestos adquirem um significado concreto e podem ajudar a recordar eventos, tudo se traduz em atividade motora e o jogo é importante, apresenta resposta corporal intencional em relação á música, mas ainda é difícil se coordenar em dupla, improvisa canções repetitivas baseadas em uma mesma frase melódica que vai aumentando progressivamente em quantidade, variedade e consistência, prefere jogar com a voz e ir aos extremos de sua tessitura vocal que se mantem em um registro médio aproximadamente uma oitava, realiza com facilidade intervalos de quarta ascendente e descendente. Primeiro reproduz o contorno da melodia, depois intervalos e depois notas intermediárias. Aproximadamente aos três anos aumenta sua curiosidade e faz perguntas intermináveis: "Por que? Por que?"


O professor de Música

O professor sabendo deste desenvolvimento em uma aula para bebês deve primeiro deixar a criança explorar, realizar uma música de entrada dizendo o nome de cada criança, desenvolver a aula, realizar um momento de relaxamento e cantar música de tchau dizendo novemente o nome de cada criança. Assim a criança cria uma rotina. Tive a oportunidade de observar o trabalho belíssimo da professora Paula Pecker que musicaliza bebês e crianças em Porto Alegre e ela utiliza esta metodologia.  Nas aulas para as crianças maiores é importante que o professor possibilite que as crianças façam e escutem música, que tenham momentos de canto, exercícios de memória, vivenciem um repertório de cantigas de roda e músicas variadas e relaizem exercícios ritmícos. A exploração, imitação e jogo são ferramentas importantes nesse ensino de música. As propostas devem ser coerentes, tendo início, desenvolvimento e final e esta aprendizagem requer repetição com variações que renovem o interesse das crianças.



Curiosidades, Vídeos e Atividades partilhadas:

*A professora Denise relatou que tinha uma aluna enfermeira na Especialização em Arteterapia na Feevale e cantava para os bebês prematuros nos hospitais. Este canto e o contato físico após as intervenções que o bebês sofriam nos hospitais ajudavam o bebê a se equilibrar rapidamente, depois do desiquilíbrio da intervenção. Tive a oportunidade de realizar meu último estágio do Centro Universitário Metodista IPA no Hospital da Criança Santo Antônio com educação musical, entravamos nos leitos e passavamos nos corredores cantando e tocando e percebi o quanto os hospitais tem se humanizado neste sentido, reconhecendo o poder da música para o bem estar e como fonte curadora. Uma das mães no hospital em que estagiei ao observar sua filha cantando alegremente com o nosso grupo disse: "a música á alegra tanto que até esquece a dor" e esta frase marcou essa experiência tão enriquecedora que vivenciei lá.








 



Fotos no Hospital Santo Antônio da Criança, com os colegas e amigos Anna, Cenair, Gabriela, Luíza e com a amada professora Maria Cecília Torres.



 
Vídeo de um dos momentos:

                                          



*A colega Giane Ramos lembrou de uma música que podemos cantar no berçario para os bebês, tocando em seus rostos. O contato físico nesta idade é importante para o desenvolvimento afetivo do bebê.




CARA REDONDA!
Olhem a cara redonda
Que hoje eu fiz
 Tem olhos, tem boca
                       Pequeno nariz
                       Tem duas orelhas que são bem
iguais
                       Cabelos fofinhos pro lado e pra trás.


*E ensinou uma atividade: Utilizar um balão com água, colocar no ouvido da criança e do outro lado realizar um estímulo sonoro, pois a água conduz o som de forma mais rápida que o ar e é uma atividade dinâmica.



 



 

*Conversamos que as expressões do professor quando passa uma canção ou atividade musical nesta faixa etária é fundamental, pois é uma preparação para expressividade da criança. Faça caras e bocas, module sua voz e principalmente crie com as crianças, explorando esse imaginário infantil.


 

 




 
Na segunda parte da aula nos reunimos em grupo e conversamos sobre os seguintes textos. Irei realizar uma síntese das principais idéias de cada texto.


A música e o desenvolvimento da mente no início da vida: investigação, fatos e mitos. (Beatriz Ilari)


O artigo trata da interferência da educação musical no desenvolvimento da inteligência lógico-matemática, na linguagem e leitura. Nos primeiros dez anos de vida ocorre as distinções sobre altura, timbre e intensidade e o desenvolvimento e refinamento destas ações, as crianças desenvolvem suas preferências e memórias visuais e o desenvolvimento cognitivo se dá pelo processo de impregnação e imitação. A autora faz uma relação entre a aprendizagem musical com outros conteúdos: como a matemática, a linguagem e a leitura. E mesmo com todas as pesquisas realizadas sobre o assunto o texto diz que ainda não há comprovação que a pessoa que estude música melhore seu aproveitamento na matemática, por exemplo. Como se existisse uma relação causal entre os conteúdos. As pesquisas sobre o aprendizado musical e a leitura são as mais efetivas e é comprovado que o trabalho de percepção auditiva favorece a discriminação dos sons e das letras. Apesar desse benefício extramusical, devemos ter consciência que a música se justifica por si mesma, ela constitui uma importante forma de comunicação e expressão humanas e a maioria dos povos possuem música, a música carrega traços da história, da cultura e identidade social que são transmitidos e desenvolvidos nas aulas de música e o fazer musical envolve diversas formas de aprendizagem contidas em atividades como audição, canto, representação, reprodução, criação, composição, improvisação, movimento, dança, execução instrumental e etc.




Cante bebê, que eu estou ouvindo..do surgimento do balbucio musical (Esther Beyer)


Começa falando que a escola separa a mente do corpo. Ela fala que o bebê vai ouvindo sons e construindo significados e que devemos se pensar no bebê como um ser único, observando e registrando. Fala do choro dos bebês, que cada mãe sabe porque a criança está chorando. Essa ações dos pequenos necessitam de uma interpretação que é nossa.  E que na educação infantil o professor deve estimular as crianças de formas variadas.




Pensar, cantar, ouvir: reflexões sobre a musicalidade em crianças pequenas (Esther Beyer)


O texto fala sobre questões que envolvem a musicalidade das crianças. Como se consegue medir a capacidade musical de uma criança? GEBRE realizou uma pesquisa com quinze pessoas de 29 á 83 anos sobre musicalidade.
As perguntas eram:
1. Como podemos dizer que uma pessoa é musical?
2. E nos bebês como podemos detectar a musicalidade?
3. De onde vem a musicalidade?

E as respostas foram:
a) capacidade de experiência, capacidade de ouvir e ter prazer na música.
b) habilidades musicais práticas, tocar instrumento ou cantar uma canção.
c) habilidades musicais cognitivas, aprender músicas e notas, ter conhecimento musical.
d) capacidades gerais.

Foi desenvolvida uma pesquisa pelo BASTIAN, que pergunstou para 60 campeões de um concurso de música e responderam o que era a musicalidade. As respostas foram:

a) capacidade de expressão.
b) sensibilidade.
c) captar rapidamente.
d) capacidade de memória.
e) premissas corporais.
f) ouvido absoluto.

O que mais apareceu nas respostas que envolveram a pesquisa foi a resposta: "gostar de ouvir música" e "tocar algum instrumento". E ao responder sobre o bebê as pessoas responderam que a musicalidade neles se manifesta através de seus movimentos, da sua atenção ao ouvir uma música e a forma como reage so contraponto: som e silêncio. O que refletimos em aula é do cuidado de não acharmos que a musicalidade é simplesmente um dom e sim reconhecermos que ela é construída principalmente pelos estímulos do meio.




A Música no desenvolvimento infantil: concepções e desafios. (Esther Beyer)


Neste texto a Esther trás exemplos da relação mãe e bebê de um ano e meio a dois nas aulas de música. Na primeira situação a mãe se interfere a aula inteira no aprendizado de seu filho, dizendo como ele deve fazer, o que é certo e errado. Na segunda situação, a mãe deixa seu filho totalmente solto ou deixa ele com as cuidadoras, sendo indiferente á este aprendizado. E na terceira situação, a mãe incentiva seu filho a aprender, o parabeniza e interfere algumas vezes o ajudando neste aprendizado. A autora trás uma problemática que ela vivenciou, ela dava aulas em sua casa e percebia que existia uma questão cultural forte de como cada mãe reagia com o seu filho. Na aula de música, a mãe deve acreditar na troca, na construção e acreditar que seu bebê pode aprender e ter com ele uma relação de afeto.




A importância da interação no desenvolvimento cognitivo musical:um estudo com bebês de 0 a 24 meses. (Esther Beyer)


Comenta a importância da interação entre o cuidador e a criança e também da interação entre toda turma. Ela diz que a criança é estimulada pelos colegas e da importância de trabalhar esse vínculo. Se a criança tem a música bem trabalhada, depois ela terá habilidade de regular suas emoções, resolver problemas de stress e traumas, o impacto positivo da música será de longa duração. A música trabalha com os dois lados do cérebro, direito trabalha com a lógica e o esquerdo trabalha as emoções. A aula deve ser oferecida de de forma organizada e sistemática, sempre com novos desafios.



Depois das conversas, a aula foi encerrada! Agradeço por ela, pois aprendi bastante.