quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Terceira Aula

No terceiro encontro (09/09/2011) começamos a aula nos reunindo em duplas e sentando no chão para cantar e fazer gestos de uma música que falava de um barco. A letra era a seguinte:


Um barquinho ligeiro andava, ligeirinho andava no mar, um barquinho ligeiro andava, ligeirinho andava no mar. E a nuvem passou, o mar se agitou, o vento a soprar e o barco a virar. Vem a onda e balança o barquinho e o barquinho faz flap no mar, vem a onda e balança o barquinho e o barquinho faz flap no mar. A nuvem passou, o mar se agitou, o vento a soprar e o barco a virar.






Vídeo da música 'O barquinho'



Nessa atividade, podem ser trabalhados com as crianças diversos elementos musicais como o ritmo, a pulsação, a melodia, a forma musical, o carater da canção. E é importante para o professor, contextualizar a história deste barco para os alunos, assim, o aprendizado é construído com significado e repetir a músicas de variadas formas.


Outra música lembrada em aula foi a Marinheiro Só. A letra era a seguinte:





 

            Quem te ensinou a nadar, quem te ensinou a nadar
            Foi, foi marinheiro, foi os peixinhos do mar (2x)
            Foi, foi marinheiro, foi os peixinhos do mar
                                          
            Eu não sou daqui- Marinheiro só                         
            Eu não tem amor- Marinheiro só                         
            Eu sou da Bahia - Marinheiro só                         
           De São Salvador- Marinheiro só                         
           O marinheiro,marinheiro - Marinheiro só                         
           Quem te ensinou a nadar - Marinheiro só                            
           Ou foi o tombo do navio - Marinheiro só
           Ou foi o balanço do mar - Marinheiro só
           Oi lá vem,lá vem - Marinheiro só
           Como ele vem faceiro - Marinheiro só
           Todo de branco - Marinheiro só
           Com seu bonezinho - Marinheiro só

Nesta canção, segundo a colega Giane Ramos, o professor pode amarrar sacolas plásticas, uma na outra, formando um círculo com elas e propor uma atividade em roda com seus alunos, na qual cada criança fique com uma sacola e a explore sonoramente. O som que as sacolas produzem ao serem mexidas remete ao som do mar.

No próximo momento retomamos os slides:

De acordo com o Delalande, por volta dos quatro á cinco anos, a representação do real pelo som está fortemente ligada á vivência afetiva, é a utilização expressiva do som. Quando as crianças de cinco anos em um jogo dramático, fazem a mímica corporal da canção e cantam, estamos diante de uma vivência corporal afetiva.

Neste momento, ouvimos como exemplo a seguinte música, em um DVD que acompanha o livro La música na Escuela:



                                            A janelinha fecha quando está chovendo
                                           A janelinha abre se o sol está aparecendo
                                           Fechou, abriu, fechou, abriu, fechou
                                           Fechou, abriu, fechou, abriu, fechou
      


                                           
                                         Criança cantando a música:
                                       




O educador musical pode cantar esta música, gesticulando com as crianças. Nesta proposta além do educador trabalhar o contraste: fechou / abriu, ele trabalha a organização dos atos de fechar e abrir e inúmeros elementos musicais.

Vimos um vídeo de crianças dramatizando a Música Havia um Pastorzinho:




                                         Vídeo com o audio da música:





 

No periodo da construção, por volta dos seis e sete anos surge a preocupação de organizar a música, de dar uma forma, pois o respeito a regra está presente na criança. As brincadeiras cantadas infantis são a primeira manifestação do jogo musical com regras. Após refletir sobre está fase a professora propôs uma atividade com a música "Da abóbora faz melão". A música tem a seguinte letra:



      
                                 Da abóbora faz melão, do melão faz melancia
                                 Da abóbora faz melão, do melão faz melancia
                                 Faz doce sinhá, faz doce sinhá, faz doce sinhá Maria
                                 Faz doce sinhá, faz doce sinhá, faz doce sinhá Maria
                                 Quem quiser dançar vai na casa do Juquinha
                                 Quem quiser dançar vai na casa do Juquinha
                                 Ele pula, ele roda, ele faz requebradinha
                                 Ele pula, ele roda, ele faz requebradinha


 

Então a professora escolheu um aluno da pós para ir ao centro da roda e explicou que na hora do "faz doce" ele deveria chamar um colega para o centro da roda para dançar, cantar e se movimentar com ele. Depois os dois alunos do centro da roda, deveriam chamar mais dois colegas e assim consecutivamente até toda turma participar da brincadeira cantada.





                                         Vídeo da música e da brincadeira:
                                     



 
O desenvolvimento musical de acordo com as idéias do livro La música na escuela:

Dos quatro ao cinco anos- tendência ao egocentrismo, sua visão de mundo coloca o ser humano no auge da criação, pois para eles todas as coisas possuem vida, essa onipotência lhe faz supor que pode controlar tudo, intuitivamente pode agrupar objetos e sons seguindo um critério estático, porém não é capaz de coordenar características ao mesmo tempo, somente uma atrás á outra, maior capacidade de representar sons e maior recursos gráficos para desenvolver símbolos, a expressão se converte cada vez mais em comunicação, mostra maior destreza para memorizar canções, inventa melodias com certa coerência formal, e aumenta sua capacidade de entonação 

Dos cinco aos seis anos - apresenta maior percepção em relação ao seu corpo, pode seguir o ritmo e a pulsação das músicas, apresenta traços distintos que permitem ampliar seu repertório gráfico, podem representar graficamente os sons, podem classificar sons e formas seguindo suas diferentes qualidades, a partir deste momento começa a compreender medidas homogêneas de tempo.

Neste momento, a professora mostrou a faixa do CD Teca Oficina de Música, chamada o estouro da pipoca. E contou que a Teca Alencar de Britto estava dando aula de música e derrepente apareceu um aluno com um saco de pipoca e ela aproveitou está situação do cotidiano para criar uma música com seus alunos, a música é a representação sonora de todo passo a passo que envolve fazer pipocas. Tirei de lição que o professor de música deve estar atento á realidade que está inserido, pois daí podem sair aprendizagens fantásticas e significativas.

E retomamos o que a autora fala sobre os conteúdos que o educador musical deve ensinar:  

O som: O som é a matéria prima da educação musical. 
Conteúdos:
As propriedades do som (intensidade, timbre, duração, altura, textura), a qualidade espacial do som, localização da fonte sonora, os sons do entorno sempre vinculando isto ao fazer musical.
Música: considerada conhecimento e linguagem.
Contéudos:
A melodia, movimento melódico ascendente e descendente; A textura musical, relações e hierarquias;
Acordes, velocidade, tempos, variações, dinâmica, gêneros e estilos, música vocal e instrumental, música popular, erudita, folclórica, cancioneiro infantil.

Escuta sonora e musical:
Conteúdos:
A discriminação e reconhecimento de sons diferenciados, a discriminação, reconhecimento e seleção de sons do entorno natural e social, a localização da fonte sonora fixa ou móvel, a discriminação, localização e reconhecimento de elementos que constituem a linguagem musical nas canções e músicas instrumentais, o reconhecimento e memorização das canções, o reconhecimento de uma seleção de músicas de diferentes gêneros e estilos, a apreciação de um repertório de canções e obras instrumentais do patrimônio cultural próprio e de outras regiões, países e épocas, o gosto e prazer pela escuta sonora musical.

Em relação á escuta sonora e musical, a professora propôs a seguinte atividade:

1) Fazermos uma roda e um dos alunos ir ao centro vendado.
2) Cantar a música Mexe, com a seguinte letra: Mexe mexe mexe, troca de lugar, canta uma canção para o ________ (nome de quem está no centro) adivinhar.
3) O professor aponta para alguém da roda cantar uma canção.
3) Quem está no meio deve adivinhar de onde vem o som e de que colega é o timbre.


 




Voz e Canto:
Conteúdos:
Exploração da voz no canto e na voz falada, a exploração e outros conhecimentos sobre os sons vocais, reconhecimento da própria voz, habilidade para uma maior emissão vocal, a interpretação individual e grupal de um repertório de canções, expressividade e interpretação, reconhecimento de outras vozes, seus colegas, professores e professoras, a discriminação de vozes em diferentes registros, a voz infantil e a voz adulta, o conhecimento de diferentes registros de canto, a valorização e cuidado com a própria voz, o prazer pelo próprio canto e o canto em grupo, o respeito as qualidades vocais dos demais.

Instrumentos:
Conteúdos:
Exploração sonora de materiais, objetos do cotidiano e de outros instrumentos de percussão, diferentes modos de ação para produzir sons, a habilidade crescente para diferentes toques instrumentais, o avanço na execução individual e conjunta, a diversificação no uso de instrumentos para o acompanhamento de músicas, conhecimento de outros instrumentos, eleição de sons e instrumentos, gostos e preferências e a cooperação e cuidado para a manutenção dos instrumentos.

Movimento corporal:
Conteúdos:
Os movimentos corporais com ou sem deslocamento, espaços crescentes de tempo, os movimentos corporais espontâneos em relação á escuta sonora e musical, os avanços do movimento corporal em sintonia com a caráter expressivo, velocidade e forma da música.




                        Um vídeo sobre o trabalho do Barbatuques na educação:
                                             


Conteúdos de Música e Jogo:
Domínio crescente do repertório de jogos tradicionais com sua coreográfias e regras correspondentes, os jogos autonômos, a criação de jogos com regras propostos pelas crianças.




                   Um vídeo sobre jogos de mãos e copos do Livro lenga la lenga:




Conteúdos de Invenção Musical:
A imitação vocal e instrumental de esquemas ritmícos e melódicos com um grau progressivo de dificuldade, a imporvisação e criação que pequenas realizações instrumentais, imporvisação vocal e instruental individual e grupal, arranjo de canções infantis através da criação e improvisação em grupo, crianções sonoras com o acompanhamento de contos e poesias com movimento corporal, produções musicais em grupo, respeito e valorização de diferentes opiniões.

Após as leituras a professora mostrou exemplos de histórias sonorizadas com diferentes instrumentos e sons. Estas atividades são muito importantes nesta faixa etária para as crianças fazerem associações, criarem, improvisarem e se sensibilizarem musicalmente.

No próximo momento, conversamos sobre as músicas infantis:

Ouvimos uma música que se chama A noite no castelo, geralmente as crianças até os seus anos sentem medo, porém gostam da música. E o educador ao propor essa música além de trabalhar os elementos musicais e o imaginário infantil, trabalha os sentimentos da criança, da forma como ela vai enfrentar seus medos.




                                      Vídeo da música 'A noite no castelo':






A professora mostrou o CD Dois a Dois do grupo Palavra Cantada, com arranjos sutis e muito bonitos. Vale a pena conferir!








 

Na segunda parte da aula nos reunimos em grupo e conversamos sobre os seguintes textos:

Texto 1: Vivência musical no contexto escolar.
Ailen Rose Balog de Lima
Ellen Albuquerque Boger Stencel

O objetivo do texto é apresentar a prática musical desenvolvida na rede social dos autores. Elas começam falando de como a música está presente no meio educacional e acadêmico e elas conceitualizam "musicalizar", dizendo que é o ato de tornar a música acessível á todos, usando a música elementar que está inserida no movimento e na palavra. Elas destacam a importância do ensino de música ser um projeto multidisciplinar e que o professor tenha objetivos claros e precisos, preparando seres humanos capazes de criar, realizar e viver emoções. E para atingir esses objetivos, as autoras propõe um trabalho alicerçado em cinco pontos: a apreciação musical, o senso ritmíco, o senso melódico, a voz e execução instrumental, sempre partindo do sonoro e valorizando a criação musical. Esses aspectos se interligam e não podem ser separados, mas apenas por uma sistematização se apresentam por tópicos. Elas também falam que encorajamos os alunos quando vivenciamos a música com eles.


Texto 2: A barca virou: o jogo musical das crianças.
Teca Alencar de Britto

Neste texto a autora faz uma relação do fazer musical com o jogo lúdico e ela apresenta sugestões de atividades que envolvem improvisação, criação, construção de instrumentos musicais e registro gráfico. E ela utiliza como exemplo uma canção portuguesa folclórica chamada 'A barca virou' com a seguinte letra: "A barca virou, deixá-la virar, a menina Lúcia, não soube remar". Como a música é parecida com "A canoa virou" o professor pode estabelecer diferenças e relações entre as duas músicas com seus alunos. Algumas atividades sugeridas foram: exploração dos sons corporais e sons dos ambientes que os alunos estão inseridos; alunos escolherem um som e escolher na turma um regente que combine sons, entre outros.
O interessante no texto é que a partir de uma pequena canção a autora propõe uma diversidade de atividades musicais.

Texto 3: A dimensão lúdica da música na infância
Leda Maffioletti

O texto possui vários tópicos: Porque brincamos com a música?, o ritmo e atividade lúdica, versos e rimas, como aprendemos a acompanhar o compasso da música?, a presença da música na vida da criança. Ela diz que o canto é inerente ao ser humano e que ele possui um potencial biológico que torna possível a aprendizagem musical e ela fala da importância da música para nossa espécie que vive em grupo por ser um excelente meio de comunicação. Ela fala da importância da música para o bebê e da mãe que acalenta. E faz uma reflexão, dizendo que tudo no universo tem um ritmo e que as atividades de ritmo possuem um caráter agregador, pois cada pessoa possui um tempo, uma movimentação e uma forma de execução e tanto o educador como os alunos devem entender isto e ajudar uns aos outros. A autora fala também sobre os versos e rimas, dizendo que eles constituem essencialmente um convívio social e uma troca afetiva. E diz que a criança produz e reproduz sua cultura e o educador é peça fundamental que deve levar á sala de aula canções culturais e folclóricas de forma lúdico, contextualizando o aprendizado.

Após as apresentações dos textos a aula foi encerrada.

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