domingo, 16 de outubro de 2011

Aos professores e alunos


"Na verdade, o professor de verdade, é aquele que prefere dividir o que possui, do que ter somente para si. O verdadeiro mestre, sente-se feliz, quando percebe que o caminho que ele abriu tem sido trilhado por muitos. O mestre tem a sua realização no aprendizado do pupilo, na vivência da experiência."








Muito obrigada professora Denise e colegas professores, as partilhas e aprendizados nas aulas deram frutos nos blogs, nos livros, nos powerpoints e principalmente nas nossas práticas profissionais! E obrigada aos nossos alunos, que são a razão de tudo isso.

Oitava aula

No oitavo encontro (14/10/2010) todos os colegas apresentaram de forma breve como estavam realizando o Portfólio da disciplina. Foram realizadas apresentações no Power Point, em livros e em blogs. Parabéns a todos pela realização da atividade!

No segundo momento, apresentamos nossos planos de aula e atividades sobre as canções distribuídas na sétima aula.

Primeiro Grupo:
Música 'A noite no castelo' de Hélio Ziskind








O grupo pensou a atividade para as séries iniciais com o objetivo de cantar, criar e dramatizar a história da canção. Pensaram em trabalhar conteúdos como folclore, paisagem sonora e parâmetros sonoros. A idéia inicial era que os alunos conhecessem a música através do professor e depois fossem convidados a cantar. No segundo momento, os alunos seriam divididos em grupos para dramatizarem a história e criarem um final para ela, acrescentando uma frase á música.

A letra da música diz o seguinte:

A noite no castelo é mal assombrada
Lá tem um fantasma que faz UUUUUUU
E tem uma bruxa também que faz HA HA HA HA
E tem um vampiro também que faz FFUUUU

Nesse momento, a turma foi dividida em grupos de quatro componentes para que cada grupo criasse uma continuação para música. E no segundo momento apresentamos a criação. As frases criadas pela turma foram:

a) Chegando a meia noite
    As caveiras levantam
    Tumbalacatumbatumbalá
    Tumbalacatumbatumbalá
    Tumbalacatumbatumbalá.

b) E a princesa acordou AAAH
    E o cavaleiro chegou (palmas)
    Mas a ponte desabou.

c) As portas do castelo
    Abriram sozinhas
    O vento soprava
    E uma moça inocente descia as escadas
    E o William Bonner dizia: BOA NOITE!

d) O menino sente medo
    Passa longe do castelo
    Para casa vai correndo
    E se esquece do chinelo

e) Sussuros na lua cheia
    Caveiras se remexendo
    O homem é lobisomen Auuuuu
    E eu fiz xixi de medo


Segundo Grupo:
Música 'O grilo' de Luis Reyes Gil








O grupo pediu que sentassemos no chão em roda e começou a conversar sobre grilos. Como era o som deles, qual era a aparência deles, entre outros aspectos. Cada aluno ganhou uma folha verde em formato de quadrado e fizemos uma dobradura de um grilo, significando a prática. O grupo pediu que bricassemos com as dobraduras e enquanto isso contou a história do grilo, que dizia o seguinte:

Era uma vez um grilo, alegre, feliz, saltitante pelos campos verdejantes. O dia estava bem bonito, mas aconteceu algo que não era esperado, derrepente uma SOMBRA ENORME foi se avolumando em cima do grilo e PLAFT. (nessa hora da história o grupo pediu para toda turma gritar: AAAI) Era um sapato que pisou no grilo, ele ficou se remexendo, mas logo conseguiu mexer uma perna, a outra perna até que ele voltou a ser alegre e feliz.

Depois da história o grupo ensinou a música 'O grilo'. A letra diz o seguinte:

Coro: Era uma vez um grilo feliz, com patas, antenas, olhos e nariz.
Solo ou grupo: Mas nem tudo são flores nesta vida! Um belo dia, ele viu... uma sombra... um sapato...enorme!
Coro: AAAI
O maestro ou outro solista: É incri- crível! Alguém pisou em cima do grilo! Isso é um cri-crime!
Solo ou grupo: Mas nem tudo é tragédia nesta vida! O grilo tentou mexer uma pata, ô mexeu! O grilo tentou mexer a outra pata, Ô mexeu! E cambaleou, e cambaleou, e cambaleou, até que o grilo ficou em pé!
Coro: Era uma vez um grilo feliz, com patas, antenas, olhos e nariz.

Depois de cantar a música, fizemos uma atividade com bolinhas.







A proposta era que realizassemos movimentos com a bolinha no nosso corpo, enquanto um dos integrantes do grupo tocava a melodia no piano.

Terceiro grupo:
Música 'Há' de Bene Fonteles










 Eu era integrante deste grupo. Primeiramente cantamos a melodia para a turma conhecer. A letra diz o seguinte:

Há mil sons no ar, há mil tons no mar,
Há mil sons no ar, há mil anos luz, há mil
Pedras folhinhas secas água dos rios verdes lilás
Homens de fibra tecem toda manhã um papel de paz
Há mil tons no mar, há mil sons no ar, há mim anos luz, há mil
Pedras folhinhas secas água dos rios verdes lilás
Homens de fibra tecem toda manhã um papel de paz

Comentamos que é importante realizar uma análise da música que vamos trabalhar com os alunos para identificar os elementos que ela possui. O compositor da música 'Há' é paraense, artista plástico, músico e poeta. Foi bastante conhecido na MPB e a arte dele é voltada para natureza. Ela é uma música de métrica binária, natureza simples, a estrutura dela é ABA com coda, no âmbito do caráter, a música possui uma ambientação de natureza e ela é construída com base na escala pentatônica de sol. Ao trabalhar a canção com uma turma, que a professora aconselhou que fosse de séries iniciais, podemos explorar sons da natureza e do corpo na interpretação, trabalhar o canto e as alturas.

Quarto grupo:
Música 'Minha canção' de Luiz Enriquez / Sérgio Bardotti
Tradução e Adaptação de Chico Buarque







O grupo pensou em uma atividade para a faixa etária de seis e sete anos com crianças que já passaram por musicalização. O objetivo do grupo era trabalhar a escala de dó maior utilizando os sinos, junto com a execução da canção. O primeiro passo do planejamento era contar a história da canção, tocar e cantar a música e por fim realizar uma atividade com os sinos. A melodia da canção é construída com base na escala de dó maior, primeiro em movimento ascendente e depois descendente.

A letra diz o seguinte:

Do rme a cidade
Re sta um coração
Mi sterioso
Fa z uma ilusão
Sol etra o verso
La vra a melodia
Si ngelamente
Do lorosamente
Do ce a música
Si lenciosa
La rga o meu peito
Sol ta-se no espaço
Fa z-se a certeza
Mi nha canção
stia de Luz onde
Do rme o meu irmão

Partitura:




Depois de falar sobre o planejamento, o grupo colocou oito sinos no centro da sala, cada sino com uma nota da escala de Dó maior. A proposta era que a turma formasse a escala de Dó maior ascendente no centro, então um aluno de cada vez foi ao centro procurando a nota correspondente para atingir este objetivo. No fim, uma integrante do grupo tocou a música no piano, todos cantamos e os alunos que estavam com os sinos tocaram de acordo com a melodia. Quando a frase da melodia era construída com a nota dó, a pessoa que estava com o sino que soava a nota dó tocava junto, e assim, consecutivamente.

Quinto grupo:
Música 'O Sábia' de Carmen Mettig Roch






O grupo perguntou em que estação do ano nós estávamos e nós respondemos que era na primavera. Para festejar a primavera o grupo escolheu um som da estação, ficamos ouvindo ele por um tempo e depois identificamos que era um sabiá. Conversamos um pouco sobre o sabiá, suas características e sons. Depois o grupo levou a letra da música 'O sábia':

Dó Ré Mi Fá Sol
Lá vai o sol
Dó Ré Mi Fá
O sabiá
Dó Ré Mi
Já vai dormir
Cantando
Sol Fá Mi Ré Dó

Todos cantamos a música, pois já conhecíamos. Porém, a proposta do grupo para sala de aula foi uma proposta de rearranjo. Os alunos ao lerem a letra deveriam criar uma melodia para ela. Em um segundo momento, o professor levaria uma partitura analógica da melodia original e depois compararia com os alunos com a partitura tradicional.


Sexto grupo:
Música 'Rei Capitão' de Maikel Gomes da Luz








O grupo recebeu uma partitura ritmíca desta música e a partir dela propuseram o trabalho com gêneros musicais. Os gêneros escolhidos foram o reggae, o funk e o rap e a proposta era ensinar para os alunos os conceitos e células ritmícas de cada gênero, nos quais eles deveriam inserir a letra da música. A atividade foi pensada para turmas de quarta e quinta série e poderia ser utilizada no ensino médio. A letra diz o seguinte:

Rei Capitão
Soldado Ladrão
Moça bonita
Do meu coração


Sétimo grupo:
Música 'Cantador - Bambalão' de Alda Oliveira do folclore brasileiro










A proposta do grupo era o canto em uníssono das duas vozes e depois a divisão da turma para realização da música a duas vozes.

Primeira voz:
Era uma vez um cantador
Era uma vez um cantador
Transformava tudo em canção
Agradando o coração

Segunda voz:
Bambalalão
Senhor Capitão
Espada na cinta
Ginete na mão

Uma integrante do grupo tocou a música no piano enquanto cantamos cada voz, depois o grupo dividiu as vozes mais agudas e as mais graves da turma para realizarmos as duas vozes simultaneamente.

Depois da apresentação dos grupos, encerrou-se a aula e a disciplina Música na Educação Básica I.

sábado, 8 de outubro de 2011

Sétima Aula

No sétimo encontro (07/10/2011) realizamos atividades referentes aos textos da aula anterior.

A primeira atividade foi de apreciação musical inspirada no texto que nosso grupo apresentou chamado 'Um estudo comparativo entre apreciação musical direcionada e não direcionada de crianças de sete a dez anos em escola regular'. O colega Ramon Stein levou uma música para os colegas apreciarem e pediu que a turma registrasse livremente no papel suas percepções.



                                          Vídeo da música apreciada:




Após a apreciação alguns colegas comentaram sobre suas percepções, dizendo que imaginaram um castelo, um baile real, um momento um conflito, no qual o rei estava ameaçado de morte e por fim a paz se restabelecendo. No segundo momento, o colega direcionou a apreciação pedindo que turma falasse das partes da música e as relações entre elas. Uma colega comentou o que escreveu dizendo que a música tinha três partes, a primeira era um allegro (referindo-se a andamento), na qual o solo inicia com um instrumento de sopro que vai conversando com os outros instrumentos, a segunda era um adágio, na qual foi criada uma atmosfera de tensão e na terceira acontece uma volta para o tema inicial, com os instrumentos de sopro. Outra colega falou que a estrutura da música era ABA.

Reflexões:
Depois dos apontamentos, conversamos sobre a atividade e o texto. De acordo com Swanwick, no nível individual, o aluno fala sobre sensações e sentimentos individuais ao ouvir uma música e no nível especulativo o aluno percebe detalhes dos acontecimentos musicais, relacionando os acontecimentos e tendo uma idéia do todo. Percebi na atividade que quando ocorreu um direcionamento, os colegas da pós falaram mais sobre os aspectos técnicos musicais, voltando suas atenções para outras características da obra. Considero tanto a parte dos sentimentos e sensações como a parte técnica importantes para o trabalho musical e o professor conduz seus alunos por esses terrenos dependendo da forma que propõe as atividades. A apreciação é rica e envolve vários aspectos, um deles é os esquemas que a pessoa já tem construídos para identificar elementos musicais e isso é um processo. Quanto mais se possibilita a escuta e a ampliação de repertório melhor, pois são momentos nos quais o aluno constrói esquemas.

Obra:  
O nome da obra é Quadros de uma exposição, foi composta por um compositor russo chamado Modest Mussorgsky da metade do século XIX, ou seja, do período chamado romântico. Ele era muito amigo de um pintor e um dia foi em uma exposição de quadros deste amigo e ele fez esta obra sobre a exposição. Na exposição tinham dez quadros e o compositor escreveu um trecho musical para cada quadro e para ligar um trecho a outro ele escreveu uma marcha simbolizando os passos de uma pessoa nessa exposição indo de um quadro á outro. Depois de cada trecho musical que representa um quadro, a marcha muda. Essa mudança significa que a pessoa vai se transformando através da apreciação artística. O compositor compôs para piano e Maurice Ravel que gostava muito desta obra orquestrou ela.

Depois disso, a colega Giane Ramos mostrou um material que confeccionou inspirado no livro Turma da Música da Cecília Cavalieri França. Ela confeccionou as notas da melodia da música 'Lobo Mau' do CD que acompanha o livro e fez diversas atividades com seus alunos de primeiro e segundo ano, trabalhando as notas e alturas da melodia da canção. Parabéns Gica!











 



 

Depois, a colega Adriane Vas dos Santos contou para turma que trabalhou com seus alunos a exploração dos sons do corpo e depois entregou uma cartela com fichas para eles. Ao colocar um CD com os sons de algumas ações cotidianas, pediu que seus alunos identificassem os sons relacionando-os com as figuras da cartela. E levou para a turma esta atividade!




                                                   Imagem da Cartela:




Por fim, a professora nos dividiu em trios, entregou uma música para cada grupo e pediu que montassemos um plano de aula com a finalidade de ensinar a música no próximo encontro. Pediu que pensassemos nos objetivos da nossa prática, nos conteúdos presentes, em estretégias que envolvessem produção, execução, apreciação e reflexão, nos recursos que serão utilizados e na forma de avaliação. Nos reunimos nos grupos para a realização do trabalho e depois de um tempo encerrou-se a aula. No próximo relato, contarei os resultados desta atividade!



quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Sexta Aula

No sexto encontro (30/09/2011) lemos o mapeamento do desenvolvimento musical criado por um professor da Universidade de Madri que parte da percepção, que a forma como o aluno e percebe e compreende a música e expressão, que é a forma como o aluno se expressa.

O autor fala de aspectos evolutivos gerais de crianças dos seis aos oito anos:

-Idade da operatividade mental.
-Fácil adaptação á novas situações.
-Maior capacidade de aceitação do meio, que favorece o início das relações de cooperação.
-Aumenta o sentimento de pertencimento ao grupo e diminui a dependência em relação aos adultos.
-Separação entre meninos e meninas.
-Aparece a consciência de interiorização de normas.
-Necessita de êxito para motição.
-Imita e interioriza modelos de conduta.
-O pensamento é mais reversível, pode comparar uma parte com outra e a parte com o todo, faz relações entre objetos.
-Apresenta dificuldade em abstrair.










E aspectos evolutivos em relação á educação musical:

-A expressão vocal é mais rica, pois há uma ampliação e extensão vocal.
-Gostam de canções com humor e paródias.
-Quanto ao desenvolvimento ritmíco é possivel sincronizar de forma perfeita os movimentos das mãos e dos pés com a música e coordenar os sons simultâneos.
-Mostra grande tendência em acelerar os tempos ritmícos.
-Gosta muito de tocar instrumentos de percussão.
-Pode interpretar e reconhecer a duração das figuras e o silêncio.
-Manifesta uma atitude receptiva diante da música e já é capaz de fixar temas e intelectualizar estruturas de conjunto, fixar atenção e concentração.
-Aceita a linguagem musical cantando e tocando instrumento.
-Na percepção polifônica, discrimina melhor os agudos que os graves.
-Reconhece um esquema de tonalidade simples e percebe o caráter inacabado de uma frase ritmíca.
-Apresenta grande disposição e imaginação musical.
-Tendência á dramatização de todo o tipo de situação por meio de gestos e palavras ao interpretar canções.
-Nascimento de uma postura contemplativa de apreciação musical.










Devemos sempre levar em consideração o contexto dos alunos, pois esses aspectos podem variar dependendo do ambiente em que o aluno está inserido. E essas características serão desenvolvidas ou não, dependendo do estímulo que a criança recebe.

Neste momento, a professora Denise mostrou vídeos com seus alunos:

O primeiro vídeo mostrou o trabalho com sinos. Cada sino tinha o som de uma nota da escala de dó e a professora Denise propôs que as crianças organizassem esses sons da escala, percebendo quais eram os mais graves e mais agudos. Esta proposta é bem significativa e é uma ótima sugestão para trabalharmos com as crianças, pois através de hipóteses, erros e acertos elas constroem o conhecimento das notas, das alturas e do movimento ascendente da escala.










O segundo vídeo mostrou  a sonorização da música noite no castelo com imagens correspondentes. Os alunos da Denise cantaram e sonorizaram a música Noite no Castelo, depois a professora com auxílio de outra pessoa buscou imagens que correspondiam á esses sons. Podemos trabalhar histórias sonorizadas em sala de aula e buscar imagens que correspondam a essa sonorização com os alunos.










O terceiro vídeo mostrou a sonorização dos elementos da natureza. A professora fez um pequeno passeio com seus alunos para ver que sonoridades a turma identificava na natureza. Os alunos pegaram alguns materiais presentes na natureza que produziam sons, tais como folhas. Levaram esses materiais para a sala e colocaram em cima de um papel pardo, o próximo passo foi a exploração de sonoridades e a partir disso os alunos e a professora criaram uma história e a história foi sonorizada com os materiais explorados.









Refletimos nesse momento, que toda prática do professor de música também envolve aspectos extra musicais, que é o convívio, a construção de normas e valores, a socialização. Não podemos achar que a única forma de se construir conhecimento está baseada exclusivamente no contéúdo. O aluno é um todo e é importante considerar isto.

Depois disso, a professora falou de uma formação e estruturação de blocos de conteúdos da Universidade de Madri, Maura Penna em seu livro Música na Escola trás a explicação deste sistema. Podemos analisar esse material e pensar de que forma ele poderia se adaptar a nossa realidade. Os blocos de conteúdos são dividos da seguinte forma:

Educação vocal e canto
Educação instrumental
Linguagem musical
Linguagem corporal
Artes e cultura

É uma idéia abrangente e interessante para se pensar em uma estrutura.

Na segunda parte da aula, nos reunimos em grupos divididos por textos e ocorreu a apresentação destes textos. Apresentarei uma síntese de cada um deles.

1- Sopa de letrinhas: notações analógicas (des)construindo a forma musical de Cecília Cavalieri França

A autora escreve sobre o registro da partitura analógica. Partindo desta proposta, os colegas que apresentaram este texto, entregaram uma folha para cada aluno da pós e pediram que registrassemos de forma analógica o que eles iriam tocar. Foram realizados cinco ditados. O primeiro ditado foi o tema da quinta sinfonia de Beethoven; o segundo ditado foi a execução da escala de dó maior em movimento ascendente e descendente, de forma ligada, ou seja sem interrupções nos sons; o terceiro ditado foi execução da escala de dó maior em movimento ascendente e descendente em staccato, que designa um tipo de articulação na qual as notas são tocadas com suspenções entre elas, ou seja, notas curtas; o quarto ditado foi o canto de um trecho da música 'Bambalalão' e o quinto ditado foi a fala da seguinte frase: "tic tac, tic tac, tic tac, tic tac, TRIM" crescendo em intensidade. Depois de todos registrarem, os colegas pediram que partilhassemos com a turma a forma como registramos esses ditados, estabelecendo similaridades e diferenças nos resultados. A autora do texto diz que a notação musical analógica constitui um recurso facilitador da criação, da performance, da escuta, da análise e da compreensão musical. A primeira forma de trabalhar as alturas com as crianças geralmente é com a partitura analógica, como uma parte preliminar da leitura e da escrita musical, depois o professor conduz seus alunos até a partitura convencional e raramente volta á partitura analógica. Porém a partitura analógica trabalha muito a criatividade e hipóteses de escrita. Pensando na atividade realizada, refletimos que cada ditado possuia uma diversidade de elementos e de que é possível avaliar os alunos através disso analisando o quanto eles conseguem perceber desses elementos e quais eles percebem primeiro.









2- Cadernos de música: um registro e muitas avaliações de Luciana Aparecida Schmidt dos Santos, Miguel Pereira dos Santos Junior e Cleusa Erilene dos Santos Cacione

As autoras buscaram organizar e sistematizar escrita e sonoramente o que é realizado durante o bimestre com seus alunos do ensino fundamental. A proposta foi organizar atividades que respeitassem as fases do desenvolvimento dos alunos de primeira á oitava série. Foi montado um caderno com atividades que direcionam  o professor de música nos objetivos traçados pelo pleno de curso da escola, pelos PCN's, pela história da educação musical e da música, pelo desenvolvimento musical de cada idade e pelos imprevistos do cotidiano escolar trazendo atividades em aberto para escolha do professor. Foram construídos cadernos em preto e branco para que os alunos colorissem, fizessem colagens e desenhos que demonstrassem sua individualidade. O caderno também veio com um CD virgem de acompanhamento para que os alunos recebessem atividades, gravações ou parte do desenvolvimento das aulas. Os autores buscaram fundamentação em Swanwick que observou e constatou  que o desenvolvimento musical das crianças acontecem por estágios sequenciais, que possuem duas fases cada um deles, e que tais fases são cumulativas e construídas pelo índivíduo. O objetivo geral das aulas das autoras e, consequentemente, dos cadernos e das gravações é: desenvolver a musicalidade dos alunos através de vivências e atividades teóricas e práticas sobre o tripé execução, criação e apreciação musical. E cada caderno traz objetivos específicos com as particularidades de cada série e aluno. Achei a proposta rica e acredito que os professores de música devem se permitir realizar esses registros abertos, que dão espaço para o aluno se manifestar e aprender de forma criativa e espontâne, ajudando seus alunos a compilarem o que vivenciam nas aulas. O único cuidado que devemos ter é de não engessar os conteúdos e atividades.










3- Flauteando e criando: reflexões e experiências sobre criatividade na aula de música de Luciane Cuervo e Juliana Pedrini

As autoras falam no texto da importância da flauta doce. Inicialmente elas abordam o que é criatividade dizendo que é uma capacidade que pode ser desenvolvida de criação, por exemplo e não é um dom. O processo da criatividade prioriza o que o aluno está desenvolvendo, ou seja, o processo e não o resultado. Elas fazem uma problematização dizendo que nas escolas, muitas vezes, a música é usada como entreterimento e não para trabalhar a expressão musical, seus conceitos e suas vivências. A sugestão é que se proporcione uma construção do desenvolvimento musical rica em experiências e reflexões sem deixar de atender a expectativa do grupo de crianças e comunidade escolar. As autoras trazem sugestões de atividades e se fundamentam nas idéias de Swanwick. No decorrer do texto, elas dão um conceito para palavra musicalidade que é a capacidade de gerar sentido através do fazer musical expressivo e apresentam cinco fatores que influenciam na aquisição da musicalidade: construção do repertório; acesso á tecnica, leitura e criação musical; prática coletiva; apresentações e contexto socio-cultural favorável. Depois, as autoras falam especificamente sobre a flauta dizendo que é um instrumento de transição, rico em potencial didático, que a onda sonora de frequência dele é pura, que é de fácil iniciação, que tem um grande potencial artístico, que é de fácil integração com os outros instrumentos, que existe um amplo repertório para estudo e que é acessível.









4- Um estudo comparativo entre apreciação musical direcionada e não direcionada de crianças de sete a dez anos em escola regular de Karla Jaber Barbosa e Maria Cecília Cavalieri França

A apreciação não direcionada é quando o aluno ouve uma música e não ocorre nenhuma intervenção do professor e a apreciação direcionada é quando o professor intervém na escuta conduzindo a atenção do aluno para os elementos presentes na música. As autoras se fundamentam na teoria espiral de Swanwick e trazem o conceito da zona de desenvolvimento proximal de Vygotsky, que trata dos alunos que estão em um nível de maturidade e que recebem uma influencia de um colega ou professor com maior experiência, sendo levados a patamares mais elevados de conhecimento. As autoras realizaram uma pesquisa com crianças de sete á dez anos em uma escola regular para comparar o desempenho de alunos em tarefas de apreciação musical antes e depois da interferência do professor utilizando a música 'Arre Burrinho' do folclore português com o arranjo do grupo Rodapião. Os resultados da pesquisa mostraram que quando houve interferência do professor, os alunos revelaram uma compreensão musical mais refinada.










5- Práticas para o ensino da música nas escolas de educação básica de Luis Ricardo Silva Queiroz e Vanildo Mousinho Marinho

No primeiro momento, os autores trazem um histórico da educação musical no Brasil, falam da LDB e do enfoque das escolas nas artes plásticas deixando de lado a música, a dança e o teatro. Com a nova lei 11.779 da obrigatoriedade do ensino de música nas escolas, a música está voltando aos currículos. Os autores trazem questões da preparação dos professores e trazem uma série de objetivos para se trabalhar na escola e para cada objetivo um exemplo de atividade. Dentre eles estão: criar, interpretar, vivenciar e ensinar música; a construção musical a partir de paisagens sonoras trazendo o exemplo de uma composição sobre uma feira. Os autores falam da valorização do que o aluno já conhece do folclore e da cultura. Nas considerações finais, eles dizem que o compromisso da escola e da música na escola é propiciar ao indivíduo uma formação ampla e plena para que ele possa viver e atuar em sintonia com as necessidades, características e valores do mundo que o rodeia.








Após as apresentações dos textos, encerrou-se a aula.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Quinta Aula

No quinto encontro (23/09/2011) lemos uma síntese dos paramêtros currículares nacionais da área de Artes. Ele parte da lei de diretrizes e bases de 1996. Os objetivos do PCN são dar subsídeos para a prática dos professores de artes visuais, música, dança e teatro auxiliando ele no seu trabalho, respeito sua concepção pedagógica própria e a pluralidade cultural brasileira. Os ponto principal da proposta do PCN são a produção, fruição e reflexão. Diretamente relacionado á música, o PCN propõe na produção: comunicação, expressão em música, interpretação, improvisação e composição; fruição: apreciação significativa, escuta, movimento e compreensão da linguagem musical e a refleção: a música como produto cultural e histórico, músicas e sons do mundo. A partir do que foi lido, refletimos que, o PCN ficou muito abrangente e a importância do professor da área ir realizando um mapeamento do que trabalha em cada série para futuramente montarmos um currículo.

Em meio a conversa a colega sugeriu a Coleção Batuque Batuta e nesta coleção está presente algumas dicas de atividades musicais em cada ano.









Um norte que ajuda o professor no mapeamento é a pergunta: "Onde eu quero que o meu aluno chegue?"

Na segunda parte da aula ocorreu apresentações dos seguintes textos:

1) Variações sobre um passeio no parque de Viviane Beineke e Andréia Veber

A atividade que as autoras propõe pode envolver uma turma que possua diferenter níveis de conhecimento musical.  O texto trás uma sonorização de um parque de diversões e primeiramente fala para o professor fazer perguntas para seus alunos, tais como: vocês já foram em um parque de diversões? Que brinquedos tinham? Quais sons eles escutavam quando fechavam os olhos? E as pessoas conversando? e depois disso propor para eles um passeio sonoro neste parque.  Na primeira parte do texto as autoras, registram na partitura tradicional e analógica os sons do realejo, que é um instrumento musical que toca melodias predefinidas quando se gira uma manivela, do carrossel, da roda gigante, do trem fantasma, da montanha russa e do burburinho. Em um segundo momento, as autoras propõe um jogo de improvisação com os alunos, no qual eles criem a sonorização deste parque. A fundamentação teórica do texto foi baseada em Swanwick. Dividimos a turma em grupos para fazerem os seguintes sons em espaços diferentes da sala:























Para o leitor ouvir o resultado sonoro desta atividade e baixar o jogo Passeio no Parque, entre neste site:

www.ceart.udesc.br/passeionoparque


2) Sozinha eu não danço, não canto, não toco de Cecília Cavalieri França

No texto, a autora trás uma proposta de atividade sobre o circo. O trabalho é feito sobre a música do Palhaço e da Bailarina e dentro da peça está presente diversos conteúdos da música. O trabalho é fundamentado em Swanwick. Na sala, estavam presentes vários instrumentos de percursão e a colega Patrícia realizou a leitura de uma história do texto e convidou as pessoas á irem entrando na brincadeira a medida que ela fosse lendo.

O texto era o seguinte:

Quem já foi ao circo? Ou já viu algum na TV? O que acontesse no espetáculo? De que você mais gostou? Do mágico, dos animais, dos malabaristas, equilibristas e como eram os palhaços? Engraçados, alegres, brincalhões, desengonçados, com sapatos enormes e calças com suspensórios? Bem eu vou anunciar os palhaços e vocês vão entrar em cena engraçados e trapalhões. (tempo para entrada dos palhaços) Agora precisamos de músicos para orquestra do circo, vocês irão escolher intrumentos e inventar sons animados para enfeitar o número dos palhaços (tempo para entrada dos músicos e execução do instrumento que escolheram). Muito bem, acontece que nem todo mundo está animado, no circo há uma bailarina que não quer dançar, ela é tímida e não gosta de dançar sozinha, então, vamos precisar de um grupo de bailarinas (tempo para entrada das bailarinas) e um grupo de músicos para tocar sons delicados para elas (tempo para entrada dos músicos e execução do instrumento que escolheram). Agora vamos organizar os quatro grupos: os palhaços, seus músicos animados, as bailarinas e seus músicos delicados. Eu vou apontando para os grupos e vocês vão entrando ou saindo de cena. Preparados? Senhoras e senhores, com vocês, os palhaços e seus músicos, agora só as bailarinas e seus músicos.












Esta atividade envolve o prazer, a ludicidade, a imaginação e fantasia, o vínculo da criança com o seu cotidiano, o movimento e expressão corporal, do ponto de vista musical inclui a improvisação instrumental ou vocal, permite a exploração de contrastes expressivos, variações de textura e articula a forma musical a partir da alternância das entradas dos grupos. Nada se falou sobre notas musicais, nem sobre semínimas, pentagramas ou síncopes, mas o aprendizado musical terá sido tão verdadeiro quanto duradouro, para as crianças essa atividade é pura diversão, para o professor também, pois não pode haver maior satisfação do que se lambuzar de música com as crianças.

As atividades da aula foram pensadas para as crianças com a faixa etária dos seis aos oito anos, mas podem ser adaptadas para crianças de outras idades. Ao término da apresentação, a aula foi encerrada.



sábado, 17 de setembro de 2011

Quarta Aula

No quarto encontro (16/09/2011) conversamos sobre o texto Notação Musical não tradicional: possibilidade de criação e expressão musical na educação infantil de Wasti Sivério Ciszevski.

O texto trata de formas de registro musicais e de como escrever uma partitura não somente da forma tradicional direcionado para educação infantil. A notação musical é o registro dos sons de maneira gráfica não necessariamente da maneira tradicional e a autora fala que é importante para criança a utilização da partitura analógica para que ela tenha uma experiência prévia com os símbolos, antes de entender a partitura tradicional. O processo é parecido com a alfabetização, a criança não começa a ler frases inteiras, tem todo o passo a passo nos níveis pré-silábico, silábico e alfabético e através da experimentação a criança vai criando hipóteses da escrita e vai construindo esquemas. A alfabetização musical é um processo, a criança a partir de várias experimentações com diferentes movimentos gráficos relacionados ao som  pode ir fazendo a relação com a partitura, com orientação do educador musical que deve agir de forma lúdica, deixando o aluno á vontade para vivenciar isto. Com o desenrolar do processo o aluno vai entendendo a partitura cada vez mais efetivamente. Outra questão que a autora aborda é que as escolas de educação infantil usam músicas, mas o objetivos ás vezes não são musicais e sim tem a finalidade de ajudar na organização para o lanche, para fazerem silêncio e para criação de hábitos. Porém a música é manifestação do criativo e é expressividade. Devemos ter cuidado ao tratar deste assunto, pois as professoras generalistas, algumas vezes, não possuem um conhecimento específico na área da música e percebem a partir da prática intuitiva que a música é um recurso poderoso para organização e outros fins. O que devemos fazer não é criticar esses profissionais e sim mostrar a gama de repertório musical que está á disposição deles. O problema não é utilizar essas músicas para outros fins e sim ficar preso a esses objetivos, sem buscar alternativas novas.

Fizemos uma atividades na qual foi entregue fichas com registro gráficos e nós deveríamos representar essas fichas sonoramente. Alguns exemplos de imagem:























O professor e principalmente os alunos podem inventar registros gráficos que representem os sons e realizar sons representando-os graficamente da forma que acharem adequada. Essas atividades são ricas, pois cada pessoa interpreta o registro gráfico de uma forma, aparecendo diferentes timbres. Após este momento assistimos duas bancas da Pós graduação.



Alguns vídeos legais de canções infantis:


                                                 A Loja do Mestre André

                                                  Borboletinha
  

                                                  Meu Pintinho Amarelinho


                                                Se essa rua fosse minha


                                                  A barata


quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Terceira Aula

No terceiro encontro (09/09/2011) começamos a aula nos reunindo em duplas e sentando no chão para cantar e fazer gestos de uma música que falava de um barco. A letra era a seguinte:


Um barquinho ligeiro andava, ligeirinho andava no mar, um barquinho ligeiro andava, ligeirinho andava no mar. E a nuvem passou, o mar se agitou, o vento a soprar e o barco a virar. Vem a onda e balança o barquinho e o barquinho faz flap no mar, vem a onda e balança o barquinho e o barquinho faz flap no mar. A nuvem passou, o mar se agitou, o vento a soprar e o barco a virar.






Vídeo da música 'O barquinho'



Nessa atividade, podem ser trabalhados com as crianças diversos elementos musicais como o ritmo, a pulsação, a melodia, a forma musical, o carater da canção. E é importante para o professor, contextualizar a história deste barco para os alunos, assim, o aprendizado é construído com significado e repetir a músicas de variadas formas.


Outra música lembrada em aula foi a Marinheiro Só. A letra era a seguinte:





 

            Quem te ensinou a nadar, quem te ensinou a nadar
            Foi, foi marinheiro, foi os peixinhos do mar (2x)
            Foi, foi marinheiro, foi os peixinhos do mar
                                          
            Eu não sou daqui- Marinheiro só                         
            Eu não tem amor- Marinheiro só                         
            Eu sou da Bahia - Marinheiro só                         
           De São Salvador- Marinheiro só                         
           O marinheiro,marinheiro - Marinheiro só                         
           Quem te ensinou a nadar - Marinheiro só                            
           Ou foi o tombo do navio - Marinheiro só
           Ou foi o balanço do mar - Marinheiro só
           Oi lá vem,lá vem - Marinheiro só
           Como ele vem faceiro - Marinheiro só
           Todo de branco - Marinheiro só
           Com seu bonezinho - Marinheiro só

Nesta canção, segundo a colega Giane Ramos, o professor pode amarrar sacolas plásticas, uma na outra, formando um círculo com elas e propor uma atividade em roda com seus alunos, na qual cada criança fique com uma sacola e a explore sonoramente. O som que as sacolas produzem ao serem mexidas remete ao som do mar.

No próximo momento retomamos os slides:

De acordo com o Delalande, por volta dos quatro á cinco anos, a representação do real pelo som está fortemente ligada á vivência afetiva, é a utilização expressiva do som. Quando as crianças de cinco anos em um jogo dramático, fazem a mímica corporal da canção e cantam, estamos diante de uma vivência corporal afetiva.

Neste momento, ouvimos como exemplo a seguinte música, em um DVD que acompanha o livro La música na Escuela:



                                            A janelinha fecha quando está chovendo
                                           A janelinha abre se o sol está aparecendo
                                           Fechou, abriu, fechou, abriu, fechou
                                           Fechou, abriu, fechou, abriu, fechou
      


                                           
                                         Criança cantando a música:
                                       




O educador musical pode cantar esta música, gesticulando com as crianças. Nesta proposta além do educador trabalhar o contraste: fechou / abriu, ele trabalha a organização dos atos de fechar e abrir e inúmeros elementos musicais.

Vimos um vídeo de crianças dramatizando a Música Havia um Pastorzinho:




                                         Vídeo com o audio da música:





 

No periodo da construção, por volta dos seis e sete anos surge a preocupação de organizar a música, de dar uma forma, pois o respeito a regra está presente na criança. As brincadeiras cantadas infantis são a primeira manifestação do jogo musical com regras. Após refletir sobre está fase a professora propôs uma atividade com a música "Da abóbora faz melão". A música tem a seguinte letra:



      
                                 Da abóbora faz melão, do melão faz melancia
                                 Da abóbora faz melão, do melão faz melancia
                                 Faz doce sinhá, faz doce sinhá, faz doce sinhá Maria
                                 Faz doce sinhá, faz doce sinhá, faz doce sinhá Maria
                                 Quem quiser dançar vai na casa do Juquinha
                                 Quem quiser dançar vai na casa do Juquinha
                                 Ele pula, ele roda, ele faz requebradinha
                                 Ele pula, ele roda, ele faz requebradinha


 

Então a professora escolheu um aluno da pós para ir ao centro da roda e explicou que na hora do "faz doce" ele deveria chamar um colega para o centro da roda para dançar, cantar e se movimentar com ele. Depois os dois alunos do centro da roda, deveriam chamar mais dois colegas e assim consecutivamente até toda turma participar da brincadeira cantada.





                                         Vídeo da música e da brincadeira:
                                     



 
O desenvolvimento musical de acordo com as idéias do livro La música na escuela:

Dos quatro ao cinco anos- tendência ao egocentrismo, sua visão de mundo coloca o ser humano no auge da criação, pois para eles todas as coisas possuem vida, essa onipotência lhe faz supor que pode controlar tudo, intuitivamente pode agrupar objetos e sons seguindo um critério estático, porém não é capaz de coordenar características ao mesmo tempo, somente uma atrás á outra, maior capacidade de representar sons e maior recursos gráficos para desenvolver símbolos, a expressão se converte cada vez mais em comunicação, mostra maior destreza para memorizar canções, inventa melodias com certa coerência formal, e aumenta sua capacidade de entonação 

Dos cinco aos seis anos - apresenta maior percepção em relação ao seu corpo, pode seguir o ritmo e a pulsação das músicas, apresenta traços distintos que permitem ampliar seu repertório gráfico, podem representar graficamente os sons, podem classificar sons e formas seguindo suas diferentes qualidades, a partir deste momento começa a compreender medidas homogêneas de tempo.

Neste momento, a professora mostrou a faixa do CD Teca Oficina de Música, chamada o estouro da pipoca. E contou que a Teca Alencar de Britto estava dando aula de música e derrepente apareceu um aluno com um saco de pipoca e ela aproveitou está situação do cotidiano para criar uma música com seus alunos, a música é a representação sonora de todo passo a passo que envolve fazer pipocas. Tirei de lição que o professor de música deve estar atento á realidade que está inserido, pois daí podem sair aprendizagens fantásticas e significativas.

E retomamos o que a autora fala sobre os conteúdos que o educador musical deve ensinar:  

O som: O som é a matéria prima da educação musical. 
Conteúdos:
As propriedades do som (intensidade, timbre, duração, altura, textura), a qualidade espacial do som, localização da fonte sonora, os sons do entorno sempre vinculando isto ao fazer musical.
Música: considerada conhecimento e linguagem.
Contéudos:
A melodia, movimento melódico ascendente e descendente; A textura musical, relações e hierarquias;
Acordes, velocidade, tempos, variações, dinâmica, gêneros e estilos, música vocal e instrumental, música popular, erudita, folclórica, cancioneiro infantil.

Escuta sonora e musical:
Conteúdos:
A discriminação e reconhecimento de sons diferenciados, a discriminação, reconhecimento e seleção de sons do entorno natural e social, a localização da fonte sonora fixa ou móvel, a discriminação, localização e reconhecimento de elementos que constituem a linguagem musical nas canções e músicas instrumentais, o reconhecimento e memorização das canções, o reconhecimento de uma seleção de músicas de diferentes gêneros e estilos, a apreciação de um repertório de canções e obras instrumentais do patrimônio cultural próprio e de outras regiões, países e épocas, o gosto e prazer pela escuta sonora musical.

Em relação á escuta sonora e musical, a professora propôs a seguinte atividade:

1) Fazermos uma roda e um dos alunos ir ao centro vendado.
2) Cantar a música Mexe, com a seguinte letra: Mexe mexe mexe, troca de lugar, canta uma canção para o ________ (nome de quem está no centro) adivinhar.
3) O professor aponta para alguém da roda cantar uma canção.
3) Quem está no meio deve adivinhar de onde vem o som e de que colega é o timbre.


 




Voz e Canto:
Conteúdos:
Exploração da voz no canto e na voz falada, a exploração e outros conhecimentos sobre os sons vocais, reconhecimento da própria voz, habilidade para uma maior emissão vocal, a interpretação individual e grupal de um repertório de canções, expressividade e interpretação, reconhecimento de outras vozes, seus colegas, professores e professoras, a discriminação de vozes em diferentes registros, a voz infantil e a voz adulta, o conhecimento de diferentes registros de canto, a valorização e cuidado com a própria voz, o prazer pelo próprio canto e o canto em grupo, o respeito as qualidades vocais dos demais.

Instrumentos:
Conteúdos:
Exploração sonora de materiais, objetos do cotidiano e de outros instrumentos de percussão, diferentes modos de ação para produzir sons, a habilidade crescente para diferentes toques instrumentais, o avanço na execução individual e conjunta, a diversificação no uso de instrumentos para o acompanhamento de músicas, conhecimento de outros instrumentos, eleição de sons e instrumentos, gostos e preferências e a cooperação e cuidado para a manutenção dos instrumentos.

Movimento corporal:
Conteúdos:
Os movimentos corporais com ou sem deslocamento, espaços crescentes de tempo, os movimentos corporais espontâneos em relação á escuta sonora e musical, os avanços do movimento corporal em sintonia com a caráter expressivo, velocidade e forma da música.




                        Um vídeo sobre o trabalho do Barbatuques na educação:
                                             


Conteúdos de Música e Jogo:
Domínio crescente do repertório de jogos tradicionais com sua coreográfias e regras correspondentes, os jogos autonômos, a criação de jogos com regras propostos pelas crianças.




                   Um vídeo sobre jogos de mãos e copos do Livro lenga la lenga:




Conteúdos de Invenção Musical:
A imitação vocal e instrumental de esquemas ritmícos e melódicos com um grau progressivo de dificuldade, a imporvisação e criação que pequenas realizações instrumentais, imporvisação vocal e instruental individual e grupal, arranjo de canções infantis através da criação e improvisação em grupo, crianções sonoras com o acompanhamento de contos e poesias com movimento corporal, produções musicais em grupo, respeito e valorização de diferentes opiniões.

Após as leituras a professora mostrou exemplos de histórias sonorizadas com diferentes instrumentos e sons. Estas atividades são muito importantes nesta faixa etária para as crianças fazerem associações, criarem, improvisarem e se sensibilizarem musicalmente.

No próximo momento, conversamos sobre as músicas infantis:

Ouvimos uma música que se chama A noite no castelo, geralmente as crianças até os seus anos sentem medo, porém gostam da música. E o educador ao propor essa música além de trabalhar os elementos musicais e o imaginário infantil, trabalha os sentimentos da criança, da forma como ela vai enfrentar seus medos.




                                      Vídeo da música 'A noite no castelo':






A professora mostrou o CD Dois a Dois do grupo Palavra Cantada, com arranjos sutis e muito bonitos. Vale a pena conferir!








 

Na segunda parte da aula nos reunimos em grupo e conversamos sobre os seguintes textos:

Texto 1: Vivência musical no contexto escolar.
Ailen Rose Balog de Lima
Ellen Albuquerque Boger Stencel

O objetivo do texto é apresentar a prática musical desenvolvida na rede social dos autores. Elas começam falando de como a música está presente no meio educacional e acadêmico e elas conceitualizam "musicalizar", dizendo que é o ato de tornar a música acessível á todos, usando a música elementar que está inserida no movimento e na palavra. Elas destacam a importância do ensino de música ser um projeto multidisciplinar e que o professor tenha objetivos claros e precisos, preparando seres humanos capazes de criar, realizar e viver emoções. E para atingir esses objetivos, as autoras propõe um trabalho alicerçado em cinco pontos: a apreciação musical, o senso ritmíco, o senso melódico, a voz e execução instrumental, sempre partindo do sonoro e valorizando a criação musical. Esses aspectos se interligam e não podem ser separados, mas apenas por uma sistematização se apresentam por tópicos. Elas também falam que encorajamos os alunos quando vivenciamos a música com eles.


Texto 2: A barca virou: o jogo musical das crianças.
Teca Alencar de Britto

Neste texto a autora faz uma relação do fazer musical com o jogo lúdico e ela apresenta sugestões de atividades que envolvem improvisação, criação, construção de instrumentos musicais e registro gráfico. E ela utiliza como exemplo uma canção portuguesa folclórica chamada 'A barca virou' com a seguinte letra: "A barca virou, deixá-la virar, a menina Lúcia, não soube remar". Como a música é parecida com "A canoa virou" o professor pode estabelecer diferenças e relações entre as duas músicas com seus alunos. Algumas atividades sugeridas foram: exploração dos sons corporais e sons dos ambientes que os alunos estão inseridos; alunos escolherem um som e escolher na turma um regente que combine sons, entre outros.
O interessante no texto é que a partir de uma pequena canção a autora propõe uma diversidade de atividades musicais.

Texto 3: A dimensão lúdica da música na infância
Leda Maffioletti

O texto possui vários tópicos: Porque brincamos com a música?, o ritmo e atividade lúdica, versos e rimas, como aprendemos a acompanhar o compasso da música?, a presença da música na vida da criança. Ela diz que o canto é inerente ao ser humano e que ele possui um potencial biológico que torna possível a aprendizagem musical e ela fala da importância da música para nossa espécie que vive em grupo por ser um excelente meio de comunicação. Ela fala da importância da música para o bebê e da mãe que acalenta. E faz uma reflexão, dizendo que tudo no universo tem um ritmo e que as atividades de ritmo possuem um caráter agregador, pois cada pessoa possui um tempo, uma movimentação e uma forma de execução e tanto o educador como os alunos devem entender isto e ajudar uns aos outros. A autora fala também sobre os versos e rimas, dizendo que eles constituem essencialmente um convívio social e uma troca afetiva. E diz que a criança produz e reproduz sua cultura e o educador é peça fundamental que deve levar á sala de aula canções culturais e folclóricas de forma lúdico, contextualizando o aprendizado.

Após as apresentações dos textos a aula foi encerrada.